Rio de Janeiro, a noite avança, julho de 2010
Amigos,
muito se fala e discute no Brasil acerca do incentiva à leitura e do papel que cabe à escola neste processo. Este debate é saudável, mas não costuma conduzir a resultados efetivos. Tudo porque nem sempre se aproveita para elaborar propostas, pensar estratégias de ação, projetos que levem adiante a ideia e a coloquem na prática do cotidiano. O país é grande, existe a necessidade do engajamento de muitos nisto. Bibliotecas escolares, grupos de leitura e estudo, atividades lúdicas para crianças e adolescentes. Muita coisa é válida e precisa ser trabalhada.
Mas, quando se fala em leitura, abre-se muitas portas. No momento, coloco em destaque a importância específica do texto literário, como agente que pode conduzir as pessoas a uma reflexão mais profunda acerca da realidade, bem como lhe permite sonhar com novos caminhos. A Literatura tanto conduz à formação de um juízo crítico acerca do presente, condição indispensável para o exercício da cidadania numa sociedade democrática, como estimula a imaginação, direito inalienável de todo ser humano, a ser respeitado como qualquer outro direito básico da pessoa.
Para não tomar muito tempo e já deixar questões no ar, pensem no seguinte: como as escolas têm dado conta da tarefa de preparar as novas gerações para usufruir desses direito? Como está a qualidade do ensino de Literatura nas escolas?
Beijo Grande e até a próxima.
Chicco Lacerda
(poeta, ficcionista e professor de Literatura da Universidade Estácio de Sá)
